TIRIRICA AINDA EM FOCO
Depois de tanta polêmica, o melhor é virar a página ou tentar contornar a situação?
por Fábio Congiu
Há algumas semanas, pensávamos: se, no Brasil, predominam campanhas feitas por identificação, Tiririca chamava o povo paulista de palhaço? Segundo suas declarações, não. Simplesmente, “eu falo a língua deles: vote em mim, abestado!” Seu método persuasivo funcionou e, sem propostas ou planos concretos (“De concreto, só cimento”), ele se consagrou Deputado Federal com a maior votação do país: mais de 1,3 milhão de votos.
Muito se tem falado sobre a candidatura e a vitória do humorista: quem vota nele é burro, voto em Tiririca é voto de protesto, o PR lançou-o como candidato para angariar votos populares, deveriam ter impedido a candidatura dele, sua eleição deve ser invalidada e afins. Não vem ao caso se quem votou nele é “burro” porque não tem acesso a informações e à educação qualificada ou porque pensa que protestar é eleger candidatos escrachadamente despreparados. Interessante é a comprovação de que a apatia de uma grande parcela de brasileiros completamente desconhecedores das responsabilidades democráticas (não por que querem, vale ressaltar) chegou ao ponto de nem mais demonstrar interesse por promessas.
Tiririca não prometeu nada, não se posicionou em relação a nada, não se comprometeu a sério com ninguém – só fez rirem alguns e chorarem outros. Artista que é, investiu numa espécie de vanguarda eleitoral: em vez de disfarçar propostas políticas sem fundamento, assumiu suas asneiras, cantou e dançou e venceu. Outro bom exemplo de inovação pode ser sua resposta ao repórter que lhe perguntou se, caso eleito, iria vestido de Tiririca para a Câmara: “Não, não. De Francisco.” É como evoluir daquelas promoções de “pague um, leve dois” para “vote em um, leve outro”.
Porém, não é a a crise de identidade o foco da questão. Querem provar que Tiririca não sabe ler e, por isso, invalidar sua eleição. Essa capacidade, contudo, faria mesmo diferença em seu mandato? É muito provável que "exerçam” a profissão para ele, então... E quem votou nele provavelmente não se preocupou em pesquisar essas coisas. Talvez o mal já esteja feito, talvez ainda haja esperança (ou, ao menos, esperançosos)...
Pessimismo pode ser uma grande perda de tempo, mas impedir que Tiririca tome posse por não saber ler não seria mais do que aparar folhagens em vez de cortar o mal pela raiz. Embora quaisquer tentativas (por menores que sejam) de buscar melhor qualidade para o exercício democrático no Brasil sejam louváveis, se foi permitido que o personagem se candidatasse e se sua candidatura foi legitimada por tamanha votação, é justo agora invalidar o desejo de tanta gente?
Muito se tem falado sobre a candidatura e a vitória do humorista: quem vota nele é burro, voto em Tiririca é voto de protesto, o PR lançou-o como candidato para angariar votos populares, deveriam ter impedido a candidatura dele, sua eleição deve ser invalidada e afins. Não vem ao caso se quem votou nele é “burro” porque não tem acesso a informações e à educação qualificada ou porque pensa que protestar é eleger candidatos escrachadamente despreparados. Interessante é a comprovação de que a apatia de uma grande parcela de brasileiros completamente desconhecedores das responsabilidades democráticas (não por que querem, vale ressaltar) chegou ao ponto de nem mais demonstrar interesse por promessas.
Tiririca não prometeu nada, não se posicionou em relação a nada, não se comprometeu a sério com ninguém – só fez rirem alguns e chorarem outros. Artista que é, investiu numa espécie de vanguarda eleitoral: em vez de disfarçar propostas políticas sem fundamento, assumiu suas asneiras, cantou e dançou e venceu. Outro bom exemplo de inovação pode ser sua resposta ao repórter que lhe perguntou se, caso eleito, iria vestido de Tiririca para a Câmara: “Não, não. De Francisco.” É como evoluir daquelas promoções de “pague um, leve dois” para “vote em um, leve outro”.
Porém, não é a a crise de identidade o foco da questão. Querem provar que Tiririca não sabe ler e, por isso, invalidar sua eleição. Essa capacidade, contudo, faria mesmo diferença em seu mandato? É muito provável que "exerçam” a profissão para ele, então... E quem votou nele provavelmente não se preocupou em pesquisar essas coisas. Talvez o mal já esteja feito, talvez ainda haja esperança (ou, ao menos, esperançosos)...
Pessimismo pode ser uma grande perda de tempo, mas impedir que Tiririca tome posse por não saber ler não seria mais do que aparar folhagens em vez de cortar o mal pela raiz. Embora quaisquer tentativas (por menores que sejam) de buscar melhor qualidade para o exercício democrático no Brasil sejam louváveis, se foi permitido que o personagem se candidatasse e se sua candidatura foi legitimada por tamanha votação, é justo agora invalidar o desejo de tanta gente?
1 comentários:
Se ele cair fora, os caras que ele puxou junto ficam. (os ruins também).
DAÍ SIM pior que tá, fica.
(considerando que ele faz alguma diferença.)
Porque o protesto foi em vão e de quebra puxou gente ruim lá pra cima.
AGora dizer que ele vai ser comandado só é válido quando se considerar que ele seja inválido por não ler e escrever direito e por não entender muito das burocracias e todas as cias políticas dentro assembléia e por também estar sujeito a forças ocultas e enormes que o rodeiam sem que saiba e que o forçarão a, se necessário.
é... tá difícil... Mas é difícil tbm por dificuldades além-ele como pode-se ver, dificuldades que qualquer um que tá no poder pode sofrer se não ficar do lado negro da força.
bjo, me liga Phábio, vc não vai mais no meu AP na Vila Olímpia.
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