ELES VENCERAM
A vanguarda sertaneja firma seu lugar no mercado e na cultura brasileira
por Fábio Congiu
O Brasil tem poucas coisas das quais pode se orgulhar. Uma delas é a música. São muitos os artistas que lutam para honrar esse compromisso cultural. Há poucos anos, quando as rádios estavam dominadas pelo Axé e pelo Funk, surgiu no interior de Minas Gerais e de Mato Grosso um estilo musical digno e inovador: o Sertanejo Universitário.
Os mineiros César Menotti & Fabiano e os mato-grossenses João Bosco & Vinícius, duplas pioneiras, popularizaram seu ritmo carnavalesco e suas composições originais nas universidades onde estudavam. A mistura da música caipira com excrementos do Pagode, do Funk e do Axé foi imediatamente abraçada pelos antenados universitários brasileiros, os principais divulgadores da vanguarda.
Das universidades para rádios, rodeios, capitais, estados. Adeptos pipocaram em todo país. Luan Santana, Fernando & Sorocaba, Hugo Pena & Gabriel, João Pedro & Cristiano, Victor & Leo. Esta última dupla, por sua vez, destaca-se por negar o rótulo; porém, é nítida a influência universitária: “Vejo minha fada e sua vara de condão tocando meu coração”. Profundo. Sutil. Nota-se nisso a maturidade a que chegou o gênero Sertanejo.
O país surpreendeu-se com as novas duplas. A linguagem atual (“Todo dia seu teatro é exatamente igual: você diz que me odeia, mas no fundo paga pau”), a poesia impactante e criativa (“Eu sou o Robin Wood da paixão”) e a interpretação emocionada (enquanto um canta dramaticamente, o outro bate palma) pautam o novo sertanejo, que prima pela originalidade.
É evidente a maior preocupação para com o conteúdo das composições. Buscam-se formas belas e eficientes de se falar de amor. As influências vão de Vinícius de Moraes, em letras como “Mas saiba que amor verdadeiro perde o brilho, mas nunca se apaga” à Wando, em “Você é raio da saudade, meteoro da paixão”.
No entanto, nem só de amigos vive o mundo sertanejo. O sucesso universitário incomodou algumas estrelas. A consagrada dupla Zezé di Camargo & Luciano, cuja obra vai do próprio Zezé a The Beatles, afirmou: “Eles são uma mentira musical”, referindo-se aos novos astros pop-caipiras.
Mentira musical ou não, eles venceram. Os novos sertanejos dominam as rádios e lotam as arenas de show. O público brasileiro compreendeu e aprovou a proposta de inovação alienada, confirmando sua inteligência crítica e a importância dos sertanejos para a música e a formação cultural do país.
Os mineiros César Menotti & Fabiano e os mato-grossenses João Bosco & Vinícius, duplas pioneiras, popularizaram seu ritmo carnavalesco e suas composições originais nas universidades onde estudavam. A mistura da música caipira com excrementos do Pagode, do Funk e do Axé foi imediatamente abraçada pelos antenados universitários brasileiros, os principais divulgadores da vanguarda.
Das universidades para rádios, rodeios, capitais, estados. Adeptos pipocaram em todo país. Luan Santana, Fernando & Sorocaba, Hugo Pena & Gabriel, João Pedro & Cristiano, Victor & Leo. Esta última dupla, por sua vez, destaca-se por negar o rótulo; porém, é nítida a influência universitária: “Vejo minha fada e sua vara de condão tocando meu coração”. Profundo. Sutil. Nota-se nisso a maturidade a que chegou o gênero Sertanejo.
O país surpreendeu-se com as novas duplas. A linguagem atual (“Todo dia seu teatro é exatamente igual: você diz que me odeia, mas no fundo paga pau”), a poesia impactante e criativa (“Eu sou o Robin Wood da paixão”) e a interpretação emocionada (enquanto um canta dramaticamente, o outro bate palma) pautam o novo sertanejo, que prima pela originalidade.
É evidente a maior preocupação para com o conteúdo das composições. Buscam-se formas belas e eficientes de se falar de amor. As influências vão de Vinícius de Moraes, em letras como “Mas saiba que amor verdadeiro perde o brilho, mas nunca se apaga” à Wando, em “Você é raio da saudade, meteoro da paixão”.
No entanto, nem só de amigos vive o mundo sertanejo. O sucesso universitário incomodou algumas estrelas. A consagrada dupla Zezé di Camargo & Luciano, cuja obra vai do próprio Zezé a The Beatles, afirmou: “Eles são uma mentira musical”, referindo-se aos novos astros pop-caipiras.
Mentira musical ou não, eles venceram. Os novos sertanejos dominam as rádios e lotam as arenas de show. O público brasileiro compreendeu e aprovou a proposta de inovação alienada, confirmando sua inteligência crítica e a importância dos sertanejos para a música e a formação cultural do país.
5 comentários:
Fábio Congius sp, nesse meu período de leitura assídua do JW, Esta foi a postagem que mais me surpreendeu. Sua pesquisa a fundo com relação ao Sertanejo foi notável(a menos que seu gosto musical tenha sido alterado)...
Mas é como dizem né: O que seriam das Calculadoras sem as Maritacas cantantes de Paraguaçu!
Não sei se foi melhor o post ou o comentário.
"inovação alienada"
Isso resume tudo.
Incrível!
mandei para todo mundo!
Esse cara é muito Frankfurtiano...
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